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using defalts layout Mas não pude resisitir a comentar - e elogiar vivamente - as palavras que ouvi hoje da boca de Paulo Portas.
Disse ele que desde que este governo está em funções os impostos não pararam de aumentar. É verdade, foi bom que o tenha dito e só é pena que outros não digam o mesmo ou se escondam na retórica para fingir que disseram alguma coisa acerca disto.

Mas disse mais. Disse que "38 Euros de cada 100 Euros de rendimento do trabalho é abocanhado pelo Estado".
É exactamente para esta frase que vai o meu elogio. O termo tem o seu quê de obscuro, de selvático mas traduz realmente o sentimento de quem trabalha e tenta sobreviver: cada vez que recebe a remuneração do seu trabalho, este já foi abocanhado por um ser obscuro mas omnipresente para satisfação das suas necessidades gastronómicas, cada vez mais exigentes e despesistas.

É evidente que o termo abocanhado poderia ser trocado por partilhado. Mas aí estávamos a falar de um outro Estado. Um Estado que dissesse: pagas os teus impostos nas se precisares de assistência médica não te preocupes que a terás, os teus filhos terão educação e boas escolas, terás transportes, água e luz a preços razoáveis, etc.

Se fosse possível obter o contributo de alguns que, não tendo rendimentos, têm dinheiro para Ferraris e iates, se não se gastasse em mais auto estradas de Lisboa ao Porto, em TGV's para poupar 10 minutos de viagem e em outros negócios de benefício prático duvidoso, se calhar o trabalhador português até trocava abocanhar por contribuir.

E, se calhar, até era possível ficar abaixo dos 38...

António J. Ribeiro