Anuncie no Noticias Lusofonas e promova a sua empresa em todo o mundo de lingua portuguesa
           As Notícias do Mundo Lusófono
 Notícias de Angola Notícias do Brasil Notícias de Cabo Verde Notícias da Guiné-Bissau Notícias de Moçambique Notícias de Portugal Notícias de São Tomé e Príncipe Notícias de Timor Leste
Ir para a página inicial de Noticias Lusofonas desde 1997 toda a lusofonia aqui
 Pesquisar
 
          em   
 Notícias

 » Angola
 » Brasil

 » Cabo Verde
 » Guiné-Bissau
 » Moçambique
 » Portugal
 » S. Tomé e Príncipe
 » Timor Leste
 » Comunidades
 » CPLP
 
Informação Empresarial
Anuncie no Notícias Lusófonas e divulgue a sua Empresa em toda a Comunidade Lusófona
 Canais


 » Manchete
 » Opinião
 » Entrevistas
 » Comunicados
 » Coluna do Leitor
 » Bocas Lusófonas
 » Lusófias
 » Alto Hama

 » Ser Europeu

Siga-nos no
Siga o Notícias Lusófonas no Twitter
Receba as nossas Notícias


Quer colocar as Notícias Lusófonas no seu site?
Click Aqui
Add to Google
 Serviços

 » Classificados
 » Meteorologia
 » Postais Virtuais
 » Correio

 » Índice de Negócios
 
Venha tomar um cafezinho connoscoConversas
no
Café Luso
 
  Entrevista
A democracia interna no MPLA está de saúde
- 24-Jun-2011 - 21:42


O Semanário Angolense (SA) confabulou, durante uma hora e meia, no terceiro andar da sede do partido no poder, com aquele que é considerado em muitos círculos como a maior «vaidade» da família Pinto de Andrade no MPLA: Rui Falcão, que ocupa o cargo de secretário para Informação do Bureau Político do partido da situação. Com este escuteiro, de 50 anos, e corpo e alma ao serviço do MPLA abordamos essencialmente questões de índole política e social, sem esquecer, é claro, que temas como as manifestações que têm tido lugar no país por influência daquelas que varrem alguns países do norte do nosso continente também foram passadas em revista. Confira, já a seguir, o essencial da conversa.



Jorge Eurico e Adriano de Sousa





Semanário Angolense (SA) - O MPLA hoje tem um Governo absoluto saído das eleições de 2008. É-lhe mais fácil governar, contrariamente aos tempos do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN)?



Rui Falcão Pinto de Andrade
RFPA) – julgo que sim.



SA – Porquê?



RFPA – Porque hoje estamos mais sintonizados, a equipa é única. Essa é a diferença entre uma equipa e uma selecção (de futebol). Uma equipa treina sempre junta, uma selecção é como uma manta de retalhos que precisa de ser unida. Essa é a diferença entre um Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN) e um Governo liderado por uma maioria.



SA – O GURN não funcionou como devia?



RFPA – Funcionou, tanto é que hoje estamos aqui. Só que qualquer partido político, tendo um programa próprio, tendo experiência e sendo suficientemente capaz de o fazer, prefere fazer sozinho do que fazer acompanhado. Aliás, você tem uma experiência prática. Se o PSD, em Portugal, pudesse formava o Governo sozinho. Não o fez porque a democracia não o permitiu. Vai ter que o fazer com o CDS. A vida é assim. Nós, num determinado período da nossa História, tivemos que fazer uma aliança governativa. Espero que no futuro não seja necessário. Quer para nós, quer para outros que venham a ser poder.



SA – Há muitos tecnocratas na periferia do MPLA que não são aproveitados?



RFPA - As pessoas têm que ter a perspectiva de que cada um é bom na sua área. E que deve dar o melhor de si lá onde estiver, seja no aparelho governativo, seja na área do empresariado privado ou ainda na Sociedade Civil. Nós não somos hegemónicos. Temos consciência que estamos sociedade democrática onde há opiniões diferentes e por isso mesmo háorganizações diferentes. Temos é que ter a capacidade de fazer conviver toda esta disponibilidade de conhecimentos em prol do país. Sabe, há tempos toda gente dizia que não era possível crescermos no domínio do Ensino Superior. Nós passamos de uma universidade pública para sete. Nós acreditamos em nós. Há muitos angolanos que não acreditam neles próprios. Não é no país, neles próprios.



SA – Estas universidades têm qualidade?



RFPA - Temos que começar. A criança quando nasce, não começa logo a correr.



SA – Não importa a qualidade?



RFPA – Não, não é que não importe. Temos noção exacta de que há riscos que se correm. Temos que ser competentes e exigentes naquilo que fazemos.



SA – Acha que estas universidades têm estruturas para serem dignas deste nome quando muitas delas não têm sequer uma biblioteca?



RFPA – É o que lhe digo. Temos que continuar a trabalhar em prol do país. Ninguém vai fazer nada por nós. Temos que ser nós a fazer. Não basta criticar, é preciso contribuir também. É preciso trazer mais ideias, mais opinião, mais acções. Há muitos aqui que só ficam a criticar. Mas quando o país tem uma catástrofe como aconteceu há pouco tempo, não conseguem, a nível das suas organizações, arregimentar vontades e meios para apoiar aqueles concidadãos que estão a passar mal, mas continuam a passar criticar como se fossemos nós os causadores destas intempéries. Enfim, é uma acção pedagógica que temos que continuar a desenvolver.



SA – Isto é uma indirecta para…?



RFPA - Não, eu não sou um homem de indirectas e fui bem claro. Só não me entende quem não quer.



SA – Para quando a apresentação pública de uma lista nominal das vítimas do «27 de Maio» e tal como a instituição de um «Tribunal da Verdade e Justiça», tal como na África do Sul, para se acabar com a dor suspensa de uma das páginas políticas mais negras do país?



RFPA – Acha que este seria o caminho? Não sei se temos hoje condições para fazermos um trabalho acabado neste domínio. Compete ao Ministério da Justiça emitir certidões de óbito, etc, e o país tem condições para o fazer. Há que criar outras condições. Agora, se me falar da necessidade de reconciliar as pessoas, é um processo que, na minha óptica, deve ser ponderado. Agora nada vai trazer solução para um problema de sentimento. O «27 de Maio» é um problema de sentimento que vai ser difícil esbater. Se calhar perdemos muito tempo. Se tivéssemos sido mais acutilantes na vontade de conversar e apaziguar os espíritos, se calhar teríamos dado mais alguns passos.





SA – Nunca houve vontade conversar sobre isso?



RFPA – Julgo que, durante muito tempo, todos nós coibimo-nos de falar desta matéria. Todos nós, uns e outros.



SA – Isso prejudicou o país?



RFPA – Directamente não, indirectamente sim. Mas o país continuou a sua marcha.



SA – Volte e meia ouvimos relatos de casos de abusos de imprensa feitos à pala de se ser militante do MPLA.



RFPA – Eu próprio disse isso há dias numa entrevista. Não podemos criar um «Estado de Excepção». Não podemos permitir que alguém pense que está acima da Lei.



SA – Os militantes do MPLA não estão acima da Lei.



RFPA – De maneira nenhuma! Eu continuo a dizer que, quer seja ou não militante do MPLA, aquele que desrespeitar a Lei deve responder pelos seus actos. Ponto final! Estamos num país democrático e num país democrático as coisas são feitas no estrito respeito pela Lei.



SA – Imunidade não é sinónimo de impunidade no MPLA?



RFPA – De maneira nenhuma! Sou deputado há 19 anos. E isso faz com que deixe de respeitar as regras que eu próprio aprovo no Parlamento? Não, pelo contrário! E quando eu prevaricar, assumirei as responsabilidades dos meus actos.



SA – Admite que tem havido excessos…?



RFPA - Admito. Há excessos diariamente.



SA – O que é que o MPLA está a fazer para contornar esta situação



RFPA – Se está atento, temos estado a trabalhar no seio do partido no sentido de resgatar os valores. Temos estado a reviver parte do nosso passado, os valores que estiveram na base da criação do nosso partido.



SA – A metodologia encontrada para desencadear a campanha de resgate dos valores morais e cívicos é a mais adequada?



RFPA – Naturalmente. Temos estado a levar o diálogo às pessoas, trazer à discussão, analisar o comportamento das pessoas, fazer reviver a critica e auto-critica. Nós chegamos aqui a um ponto em que criticar o Primeiro-Secretário era quase um drama. Não, não. Independentemente da função que cada um exerça no partido, somos todos iguais. Hoje estou no secretariado (do Bureau Político), amanhã estará outro. A vida é assim.



No MPLA há gente bem

mais radical que Marcolino Moco




SA - A critica que se faz ao primeiro-secretário do MPLA de Luanda também pode ser feita ao seu homólogo no interior do país?



RFPA - Há diferentes níveis de desenvolvimento da democracia. É isso que procuramos esbater todos os dias. Temos que ser os mesmos em todo o território nacional.



SA – Como está a democracia interna no seio do seu partido?



RFPA - Felizmente está de saúde. Temos estado a dar saltos qualitativos muito grandes.



SA – O que é que quer dizer com «saltos qualitativos»?



RFPA – Quer dizer que temos um partido com uma direcção vertical. Estamos a engajar cada vez mais as pessoas nas soluções internas dos nossos problemas e inclusive na própria comparticipação para o desenvolvimento do país. Hoje há uma dinâmica muito diferente no seio do partido do que tempo do partido único. Somos cada vez mais democráticos internamente. Quanto mais o MPLA se democratizar, mais a sociedade se democratiza.



SA – Isto quer dizer que militantes como Marcolino Moco e Lopo do Nascimento estão «perdoados»?



RFPA – Eles nunca foram castigados! Perdoados porquê? São perdoados aqueles que cometeram crimes. Que eu saiba estes camaradas (Lopo do Nascimento e Marcolino Moco) não cometeram crime nenhum. Agora, o facto de terem deixado de ser secretários-gerais é algum dilema?



SA – Mas são ou não marginalizados?



RFPA – Eu tenho o camarada Lopo do Nascimento como um exemplo a seguir. Um camarada que tendo deixado a direcção do partido, continua a ser um militante activo, participa no Grupo Parlamentar, dá o seu contributo. Isso é que valoriza o homem. Eu hoje sou membro do secretariado (Bureau Político), ontem não era e amanhã não hei-de ser. Mas uma coisa lhe garanto, continuarei a ser do MPLA.



SA – Como é que o seu partido encara as criticas e intervenções públicas de Marcolino Moco?



RFPA - Muito bem. É a opinião de um militante. Perdeu tempo a dizer algumas coisas. Devia tê-las dito cá dentro e quando esteve no exercício de determinadas funções.



SA – Porquê que não o fez?



RFPA – Ah, isso terá que perguntar ao (Marcolino) Carlos Moco. Somos muito amigos e camaradas. Encontramo-nos, conversamos, somos amigos, poderia dizer-lhe de dedo e unha.



SA – Não há anticorpos contra ele no seio do seu partido?



RFPA – No MPLA?! O Marcolino Moco está agastado com algumas coisas. Se isto vai passar? Não faço ideia. Ele ainda não me disse. Qando ele me disser e autorizar-me a dizer publicamente, di-lo-ei. Como amigo dele, não tenho que revelar publicamente aquilo que são nossas conversas.



SA – Há tolerância política, neste aspecto?



RFPA - Olhe, aqui dentro há gente com posições bem mais radicais sobre todos os pontos de vista que o camarada Marcolino Carlos Moco. Vou dar-lhe uma ideia. Sempre fiz questão de nunca pertencer a grupos. Não faço de nenhum grupo no seio do partido. No Grupo Parlamentar anterior, tendo aquela coesa que toda gente conhecia, havia sete correntes de opinião. E que em função dos objectivos e dos momentos posicionavam-se claramente. E sempre convivemos muito bem e ganhamos as eleições. Ninguém que não esteja dentro desta máquina faz ideia do que é a democracia interna no MPLA. Sou membro de um Comité de Acção onde me sinto feliz quando os camaradas criticam de forma aberta. E mesmo muitas não sendo aceites pela opinião maioritária, devemos ter a coragem de dizer o que nos vai na alma. Isso evita que nos auto-afastemos. Digo sempre o que penso nas reuniões. No MPLA temos que nos habituar a dizer tudo quanto pensamos, desde que seja em prol da melhoria da nossa vida interna.



«Não entramos em jogos baixos e sujos»



SA – Quer dizer que no MPLA pode-se criticar sem se temer represálias?



RFPA – Costuma ouvir dizer que alguém foi sancionado no MPLA? Há tanto tempo que você está atrás desta pergunta (risos). Agora, se um militante cometer um crime, pode crer que no MPLA vai ser sancionado. Se matar alguém, pode crer que o MPLA vai expulsá-lo. Porque este não é um comportamento que dignifique o MPLA. Agora, delito de opinião, isso não existe no MPLA. Eu digo o que penso todos os dias e nunca vi ninguém preocupado em sancionar-me. Agora, falo de forma séria. Falo nos momentos certos perante quem devo falar. E espero que todos os militantes se comportem assim. Não por que eu seja um exemplo, mas por que acho que estou no rumo certo e que o MPLA deve ser assim mesmo. No MPLA há esta abertura.



SA – Por isso é que é mal compreendido muitas vezes?



RFPA – Não sei se só mal compreendido. Algumas conveniências às vezes levam a que se crie a imagem daquilo que não somos. Mas nós também conhecemos estas estratégias.



SA – Mas sabe que é conhecido como sendo radical?



RFPA – Radical em relação a quê?! Sabe, estamos num país onde a mentira transformou-se em virtude, onde a deturpação dos princípios e dos valores pode alcandorar-nos a determinados postos. Eu não me revejo nisso. Para mim o único que importa é a verdade. E enquanto puder dizer a verdade, di-la-ei sem problema nenhum. Seja a quem for e doa a quem doer. Sabe porquê? Porque

não tenho problemas de vínculos, não estou vinculado a coisa nenhuma a não ser os princípios que norteiam a minha própria vida.



SA – Vida pessoal?



RFPA – E política. Respeito escrupulosamente o meu partido. No em dia que não me rever nos estatutos e programas do meu partido, retirar-me-ei voluntariamente da direcção. Não tenho este tipo de complexos. Sou profissional. Então tenho que dizer aquilo que penso. Sempre tive esta trajectória no MPLA. Nunca ninguém disse que fui diferente em alguma etapa da minha vida. Sempre fui assim, com esta frontalidade.



SA – Então aceita que o chamem de radical?



RFPA – Se entender a verdade como algo radical, então eu sou radical por que sou pela verdade. Não sou pela mentira nem pelo branqueamento de algumas questões. Isso aí não vale a pena tentar inverter o meu pensamento, não vai conseguir. Não espere que um dia diga que quem partiu este país fez bem. Aconteça o que acontecer, nunca o direi.



SA – Não é um discurso muito demodê?



RFPA – Olhe, também já se devia considerar demodê a tentativa de branquear o passado. O que temos hoje é produto do passado. Temos que conhecer o passado para podermos projectar o futuro com qualidade.



SA – Não acha que ainda há feridas que sangram e cicatrizes que doem quando se recorre ao passado para dizer que este esfolou e aquele matou?



RFPA – Não, não é por aí. O meu raciocínio não é este. Não faço apelo a este tipo de questões. Agora sei bem de onde venho, onde estou e para onde quero ir.



SA – Como está o relacionamento do seu partido com a UNITA?



RFPA – É positivo. Que eu saiba não há problemas a nível das direcções dos partidos.



SA – Tem havido diálogo entre o MPLA e a UNITA?



RFPA - Sempre que necessário dialogamos e quando há coisas relevantes para o país.



SA – Foi constituída uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para o Huambo. Não acha que o trabalho dela deveria ser extensiva a todo o país na medida em que se vai falando de casos de intolerância política a todo o território nacional, incluindo aqui em Luanda?



RFPA – Acredito que haja em todo território nacional, aqui e ali, alguns casos de intolerância política. Há quezílias partidárias, temos que reconhecer. Não devemos é branquear o comportamento de alguns indivíduos, a pretexto de serem mais papistas que o Papa, pretendem vender a ideia de que são santos. Nunca o foram e nós conhecemo-los bem. Sabemos com que linhas nos cosemos. Não significa isso que não haja, aqui e ali, problemas que têm que ser resolvidos. Mas hoje um problema entre vizinhos pode ser transportado para a política. Uma maka entre vizinhos pode transformar-se problemas entre o MPLA e a UNITA. Agora, há outras questões que nos preocupam. E quando se põe em causa a segurança das pessoas, isso deve preocupar-nos seja onde for. Nós estamos muito vigilantes. Aliás, sabe que já coarctamos muitas atitudes aqui.



SA – As manifestações que têm acontecido em Luanda despertou-vos para vigilância?



RFPA – Não, vocês é que estão a valorizar demais esta questão. A nossa Constituição permite que os cidadãos se manifestem. Mas há uma regra basilar em democracia, os seus Direitos terminam onde começam os meus. Você tem o Direito de dizer o que sente e não o de me ofender. As pessoas podem manifestar-se livremente, aliás tem-no feito. Até já sei que há quem esteja a pagar para as pessoas manifestarem-se. Mas isso vocês não relevam por que não vos interessa.



SA – Tem conhecimento da manifestação que houve recentemente em Luanda contra dois activistas cívico-político, nomeadamente Luaty Beirão (Mata Frakuz) e David Mendes….



RFPA – Ah, já são activistas políticos? Puxa! Vocês são rápidos a criar adjectivos para as pessoas. Estão ao serviço de quem? Os activistas políticos têm sempre objectivos políticos.



SA – Uma coisa é ser político outra é ser político partidário.



RFPA – Ah, está bem. Procure você próprio a diferença. Força (risos)!



SA – Acredita mesmo que as manifestações que aconteceram foram pagas?



RFPA – É fácil fazer uma manifestação quando se paga quem está carente. Sempre pensei que estas manifestações eram espontâneas. Pelo menos alguns tiveram a coragem de trazer isso a público.



SA – Mas acredita que houve remuneração…?



RFPA – Ah, eu não sei! Não fui eu que me manifestei a frente das casas daqueles que prometeram pagar. Eu não estava lá. Pode crer que não estava lá. Sou acusado de estar em muitos sítios, mas nesta manifestação eu não estava lá de certeza. Felizmente ninguém apareceu a dizer que aqueles jovens tinham sido mandados pelo MPLA. Graças a Deus houve aqui um milagre. Porque pensei que quem se tinha ido lá manifestar, a reclamara dinheiro, tinha sido mandados pelo MPLA. Ninguém falou de nós. Não se apercebeu?! Estranhei que não tivessem falado de nós. Afinal era só uma maka entre eles. Nós fazemos democracia séria e não entramos em jogos baixos e sujos, sem qualidade. Fazemos democracia séria.



«Ainda não foi criado

o cenário para sucessão de JES»




SA - O que se está a passar em alguns países no norte de África preocupa o MPLA?



RFPA – Deveríamos estar muito preocupados com o que se está a passar na Líbia. A Líbia é um território africano. Quem está a fazer aquilo não são africanos. Já parou para pensar nisso? Estamos a ficar sem vergonha ou pelo menos com mais vergonha de sermos africanos. Isto é muito mau para o continente. Muito mau mesmo. E espero que um dia não nos arrependamos por causa disso.



SA – Angola desempenha um papel importante no contexto da União Africana (UA)…



RFPA - …. E Angola teve sempre uma posição muito clara em relação a esta matéria. Somos contra a ingerência interna em qualquer circunstância. E ver aquilo que está a ser feito na Líbia deveria doer-nos a todos e não apenas a alguns. Sabe que o petróleo tem muitas coisas escondidas. Estamos a fingir que não percebemos. Quando chegarmos à conclusão que o que se passa aí tem a ver com a guerra da energia, vamos perceber que estão a massacrar o povo africano apenas por termos petróleo.



SA – Acha que as escaramuças….



RFPA – Não, isto são coisas que depois vêm à jusante. Isto são coisas que depois se criam para justificar os actos. Sabe que Angola tem uma realidade completamente distinta dos países do Norte de África e do Médio Oriente. Aqui em Angola quem quiser disputar o poder político, vai disputá-lo nas urnas. Estar a pagar gente para fazer manifestações, não é solução para o nosso país. Nós desviamo-nos do assunto fundamental. O que se está a passar no Norte de África, neste momento, não tem a ver com os africanos, tem a ver com a disponibilização de energia para os países desenvolvidos.



SA – Já imaginou o «caso Cabinda» resvalar para uma situação similar?



RFPA – Sabe que nós vivemos permanentemente esta pressão. O que lhe estou a dizer, com todas as letras, dá para fazer todo o tipo de extrapolação, faça-as! Se vocêfala do nível de Desenvolvimento Humano, independentemente da gestão política, não sei existia algum povo africano com mais qualidade de vida do que o povo líbio. E veja o que estão a fazer na Líbia. É hora dos africanos unirem-se de facto e começarem a pensar. A continuarmos assim, vamos perder a independência dos nossos países. Pode crer!



SA – A posição do MPLA relativamente a Cabinda evoluiu ou continua a ser a mesma?



RFPA –. Continua a ser a mesma. O MPLA sempre teve Cabinda como território angolano. Fazemos a gestão necessária. Continuamos a envidar esforços para melhorar a qualidade de vida das pessoas naquela região e vamos continuar. Agora, não cedemos nos nossos princípios.



SA – Há interesses estrangeiros….



RFPA – Sempre houve. Não é novidade. E vai continuar a haver. Ninguém faz uma guerra de guerrilha senão tiver apoio externo. Portanto, não faça este tipo de perguntas que a resposta vai continuar a ser a mesma. Mesmo aqui (em Luanda). Você pensa que não há quem no mundo que não esteja preocupado com a qualidade de vida que estamos a registar? Você acredita nisso? Eu não! Há quem não nos queira ver, de facto, em paz e a melhorar a qualidade de vida das pessoas.



SA – Estas pessoas estão identificadas?



RFPA – Conhecemo-las há muitos anos. Muitas delas convivem connosco todos os dias. Agora, em estratégia há dados que não se revelam.



SA – Como é que o MPLA lida com a questão da «União de Tendências»?



RFPA – Não temos conhecimento deste grupo e não tem nada a ver com as estruturas do MPLA. Não tem vínculos com o MPLA. Quando houve eleições vimos os vínculos que têm, não é connosco.



SA – Uma questão incontornável. O líder do seu partido vai ou não terminar o próximo mandado enquanto PR?



RFPA – Há gente fora do MPLA a querer decidir por nós (risos). Esta é uma questão que ainda não discutimos. Acredito que vamos começar a discuti-la no quadro das eleições, aliás está no nosso programa. Será a partir da discussão interna, a nível da Direcção superior do partido, que vamos delinear o rumo a seguir. Mas ainda não há a cenários.



SA – Mas o MPLA está preparado para indicar um nome para a sucessão no caso de….?



RFPA – Se essa for a decisão, em primeiro lugar da Direcção superior do partido, e, em segundo lugar, da pessoa do engenheiro José Eduardo dos Santos, enquanto cidadão, compete-lhe a ele dizer ao partido se está ou não disponível para continuar a exercer as suas funções. Estando disponível, competirá à Direcção criar o cenário envolvente no sentido de o tornar candidato e submete-lo às estruturas competentes do partido para decisão. Este é o rumo a seguir.



SA – Como é que estão a «cozinhar» a vossa estratégia eleitoral?



RFPA – Ainda estamos na fase de adquirir os «ingredientes».



SA – Os «ingredientes» são Bento Kangamba, Riquinho e outros da mesma estirpe como cabos eleitorais?



RFPA – Algumas vez tivemos dificuldade em arranjar «cabos eleitorais»? Sejam quais forem.



com Semanário Angolense






Marque este Artigo nos Marcadores Sociais Lusófonos




Ver Arquivo


 
   
 


 Ligações

 Jornais Comunidades
 
 
         
  Copyright © 2009 Notícias Lusófonas - A Lusofonia aqui em primeira mão | Sobre Nós | Anunciar | Contacte-nos

 edição Portugal em Linha - o portal da Comunidade Lusófona Construção de Sites Algarve por NOVAimagem