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Fernando Cruz Gomes
«Trapalhadas» (agora) com outro nome
Santana Lopes era primeiro-ministro de Portugal, quando começou a surgir, dos lados da (então) Oposição, o epíteto. Eram “trapalhadas” tudo quanto seria um “lapsus linguae” ou um engano de qualquer dos seus ministros. Trapalhadas. Daquelas que estavam toda a semana na boca do mundo. Trapalhadas que fizeram cair o Governo, com o sopro auxiliar de um Presidente da República que não abre agora a boca quando surgem as mesmas... trabalhadas a que hoje se chamam enganos.
De resto, são tantas as confusões, tantos os enredos e os embustes deste Governo que mais trapalhada ou menos trapalhada.. vai tudo dar ao mesmo.
Agora, foi a ministra da Educação a considerar um "lapso" qualificar a decisão de um tribunal açoriano sobre os serviços mínimos como "um pronunciamento que não é de Lisboa nem respeita à República". E vai daí insiste em que “os ministros são pessoas normais e cometem lapsos e só são diferentes porque têm mais responsabilidades". Maria de Lurdes Rodrigues, a autora desta trapalhada, que é apenas mais uma deste Governo, entende ainda que a tal expressão "saiu um pouco atrapalhada". Bem nos queria parecer!
Se fosse antes... era só trapalhada e caía o carmo e a trindade. Hoje, é pura e simplesmente um engano, um lapso...
Recorde-se que, em declarações a uma estação de televisão – para o caso a SIC - ao ser confrontada com um despacho do Tribunal Administrativo de Ponta Delgada sobre a providência cautelar apresentada por sindicatos, no sentido de evitar os serviços mínimos durante os exames nacionais, aquela sumidade agora arvorada em ministra disse tratar-se de "um pronunciamento sobre um despacho do Governo Regional de um Tribunal dos Açores, que não é de Lisboa nem respeita à República Portuguesa, portanto não respeita ao nosso sistema".
Quer dizer, a senhora ministra acabou por ofender, e grandemente, os açorianos. Enxovalhou os princípios gerais de uma Nação. Provou que estar na Educação... pode nem sequer significar Cultura. Os Açores, nas suas palavras, passaram a ser tudo menos... Portugal.
Na óptica do ministra, há satisfação “por ter fracassado esta tentativa de pôr em causa o trabalho de todo o ano lectivo", lamentando ao mesmo tempo "o clima de instabilidade e de ansiedade que afectou os alunos, as famílias e os próprios professores". Ora bolas! E as suas palavras? A sua diatribe contra os Açores e contra Portugal? Foi só um “lapso”? Salda-se apenas por um “engano”? Não há nada mais?
Maria de Lurdes Rodrigues parece ter provado que é bem mais capaz de ter condições para tudo... menos para ser Ministra da Educação. Se ela, numa primeira análise, entra por aquela vereda de ofender os açorianos. Se entende que a “trapalhada” não é mais do que um “lapso”. Deveria, no mínimo, demitir-se ou ser... demitida. Sobretudo por estar, com a frase e o conceito, a deitar achas para uma fogueira que às vezes ainda arde. Uma fogueira que lembra resquícios de um certo colonialismo que também penalizava os Açores e os Açorianos.
Será que o próprio primeiro-ministro – tão coerente e tão púdico – não terá uma palavra a dizer para este “engano” que antes tinha o nome de “trapalhada”?

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