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Fernando Cruz Gomes
Combater a pobreza... sem combater a corrupção?!
Os inefáveis mentores dos G8 – em que, naturalmente, o Canadá está envolvido – tiveram, não há muito, uma reunião. Pelos vistos tinham como ponto principal em agenda... a tentativa de anular a pobreza em África. A reboque da boa-vontade de cantores internacionais, estudavam a possibilidade de eliminar os débitos internacionais da África, assim a modos de como passar uma esponja pelas dívidas de uns quantos.
E acreditaram estes senhores, alguns dos quais mais parecendo generais de opereta e, portanto, sem exército que se veja, que ajudavam África. Que o continente mais pobre teria, com o gesto de se perdoarem as dívidas, mais uma possibilidade de sair da pobreza.
Naturalmente que a ideia estava votada ao fracasso. E estava votada ao fracasso, porque o grande flagelo de África não é a pobreza. O grande flagelo chama-se corrupção. Esta, qual hidra de muitas cabeças (e não apenas as 7 que o bom do Hércules teria descoberto), campeia à solta por todo o continente. De Luanda a Abidjan e de Lagos a Kinshasa. Mete-se no negócio dos diamantes, da mesma forma que se encharca de petróleo e se mobiliza onde a madeira preciosa avança. E mesmo em zonas onde não há subsolos tão ricos, há sempre maneira de se fazerem uns trocos...
A corrupção é mesmo o grande flagelo de África. Com tentáculos por todo o mundo. Como a toda a hora vimos e ouvimos. Provado. Ainda há dias líamos em tudo o que é Jornal que as autoridades de Paris vão continuar a sua senda jurídica contra um tal Falcone, apesar das pressões do Governo de Luanda a exigir a retirada das acusações no âmbito do caso Angolagate. Pelos vistos, José Eduardo dos Santos está entre os acusados de receber comissões elevadas no âmbito daquele caso. E que tem a ver com a venda de armas russas a Luanda por intermédio dos empresários Pierre Falcone e Arcadi Gaydamak.
Uma das mais recentes edições do Expresso, que cita “um dos envolvidos” no escândalo (que já tem quase barbas...), diz que “Eduardo dos Santos é acusado pelo juiz de ter, directa ou indirectamente, recebido milhões de dólares de comissões”.
Claro que, neste caso, Angola rejeita as acusações de tráfico ilegal de armas e de fraude fiscal cometidos por Pierre Falcone, porque o material não seria de origem francesa nem transitou através de França. Só que a justiça de Paris continua a dizer que o montante das verbas desviadas neste negócio “atingiu o valor de 300 milhões de dólares”.
E este, naturalmente, é só um exemplo. Um exemplo que poderia ser multiplicado por muitos. A corrupção é, de facto, o maior e mais grave problema de África e enquanto os países dos tais G8 não o reconhecerem oficialmente... são “paninhos quentes” as panaceias que querem usar na luta contra a pobreza. Já outros o tentaram. Já outros falharam.
Há países em Africa – e Angola será um deles – em que se deveria corar de vergonha ouvir dizer que há crianças a morrer de desnutrição. Porque, de facto, esse País – e vários outros do mesmo continente – é demasiadamente rico para alguém acreditar que... seja pobre! E mesmo que nos digam que é impossível desvendar os mistérios de tanta pobreza, acreditamos – como Napoleão Bonaparte – que “impossível é uma palavra que só existe no dicionário dos idiotas”. O general e estadista francês sabia o que dizia.

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