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Fernando Cruz Gomes
Ainda vamos a tempo de «acordar»?
Portugal vai andando. Ou melhor... vai fazendo que anda. De eleição em eleição, finge que é democrata. De orçamento em orçamento, até diz que é verdadeiro. E mesmo que a miséria ainda campeie e que os ricos sejam mais ricos e os pobres mais pobres, continua arreigada no cérebro de alguns a ideia de que “ainda vamos a tempo...”
E, no entanto, o Governo que vamos tendo em Portugal parece estar a desbaratar a onda de confiança – e de esperança, vamos lá – que os Portugueses nele depositaram. Vê-se isso, a olho nu, em cada dia que passa. Não só nas sondagens, não. Vê-se, afinal, no dia-a-dia dos... dias. Foi um Governo que, através do seu líder, disse que a grande diferença entre a sua gente e a dos seus opositores... era a verdade e a coragem. Uma e outra invocadas a todo o momento. Uma e outra deitadas para o saco do lixo das coisas que não prestam, que não existem.
Ainda agora, ao subir os impostos – os mesmos impostos que se tinha comprometido a não subir – o Governo deu nota da sua verdade. A sua coragem não foi outra que a de “castigar” reformados, desempregados e funcionários públicos – aqueles que menos se podem defender – para a luta contra o tal défice, um papão que serve (parece servir) para “explicar” todas as coisas... inexplicáveis.
Verdade e coragem, não é? – Ninguém entendeu ainda que todo este género de incongruências serôdias de um Governo que o não é, apenas dá a entender que a Pátria que todos temos – sobretudo lá naquilo a que se chama “coração” – já não tem identidade. Perdeu-a nas guerras do alecrim e da manjerona que se sucederam em catadupas logo após aquilo a que chamaram revolução. Deram-nos liberdade. Deram-nos democracia. Uma e outra deveriam ter trazido consigo melhor qualidade de vida, mais desafogo económico, melhor sistema de saúde, melhor protecção social. Só que... o espelho em que nos miramos a toda a hora dá-nos uma imagem diferente e contrária.
Há défice nas contas, com o Estado quase em agonia, com uma onda de desemprego galopante e um crescente endividamento dos que no futuro têm de viver.
Tudo isto, mesmo com liberdade e democracia, não pode agradar ao Povo. A confiança social está a atingir o seu ponto mais crítico. De tal modo que, se hoje fosse possível haver revoluções em Portugal, já as botas cardadas dos nossos militares se estavam a ouvir nas calçadas das nossas terras.
E, depois, ainda há quem acredite que o próximo Presidente da República possa resolver tudo isto. Que tenha poderes mágicos para inverter toda uma situação. Que abra, de novo, uma nesga de esperança na noite invernosa e negra em que nos vamos atolando! É mais do que miragem o que se pede a quem avançar para a cadeira do Poder.
Não sabemos se já se interrogaram sobre as razões que levam alguns dos nossos melhores cérebros a demandar o estrangeiro. Se se interrogaram sobre o que é que os esperaria em Portugal. Se seria curial pedir-lhes que “aguentassem o barco” e sacrificassem o melhor de si mesmos a um sonho quase fadado ao insucesso. Os Jornais dizem que os cérebros portugueses – na proporção de 1 para 5 – fugiram para o estrangeiro. Os Jornais não dizem, no entanto, porquê. E a História mais recente de um País como o nosso que tem História... é bem capaz de ter a resposta. Para já, sabe-se que um quinto dos portugueses com ensino superior não está em Portugal. E o resto... vai-se sabendo aos poucos. Nas filas de espera para um simples cuidado de saúde. Nas ruas onde desaguam as nossas raivinhas e queixas. Nos becos (alguns sem saída) das nossas crises.
Será que ainda vamos a tempo de acordar?

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