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Orlando Castro
Competência ou subserviência?
O Governo português vai acabar (parece que vai) em definitivo com as promoções automáticas por antiguidade na Função Pública, substituindo-as por avaliações de desempenho/competência (se é que isso existe na Função Pública). A ir para a frente esta medida (como, aliás, é vital e só peca por tardia), o Carmo e a Trindade vão cair. Um tal Bettencourt Picanço, dirigente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, já disse que tal medida «é mais um ataque do Governo aos trabalhadores».
Tenho dúvidas que a medida vingue. E tenho porque, para ter efeitos, o exemplo deveria começar por cima, ou seja, pelo próprio Governo. E isso, convenhamos, nunca acontecerá. Aí, desde sempre, funciona a subserviência e não a competência.
Também não seria mau que o exemplo fosse dado pelas empresas onde o estado tem poder, directa ou indirectamente. Mas não é, nem vai ser, assim. Nessas empresas, dir-me-ão, não é a antiguidade que conta. Têm razão. Não é. Em vez da antiguidade conta, e entre as duas venha o diabo e escolha, a subserviência.
O Governo continua a confundir a obra prima do Mestre com a prima do mestre de obras. Promove, ou permite que se promova, todos aqueles que estão sempre de acordo, todos aqueles que para contar até 12 têm de se descalçar. Quanto à competência, esse é um critério selectivo que só está em primeiro lugar quando é preciso despedir.
Os incompetentes proliferam por todos os lados. Mesmo que descobertos nas mais vis latrinas das cunhas e das filiações partidárias, são guindados para o topo das hierarquias de modo a que, com toda a lata, demitam ou ajudem a demitir os que sabem mais, os que fazem melhor, os competentes.
É assim em quase toda a nossa sociedade. Fundações, empresas públicas, semi-públicas, institutos, etc. estão cheios de gentalha capaz de tudo para cumprir o que o chefe manda, capaz de tudo para manter o tachito. E é desses que os patrões (também eles “competente$”) gostam. Esses até são capazes de dar o ... e dois tostões para que não lhes tirem o nome da hierarquia da empresa.
Mas, convenhamos, não é com esses que Portugal sai da cepa torta. Falta é saber se o país quer dela sair. Se não quer, então está no caminho certo e deve acrescentar, logo à cabeça, que só terão lugar no mundo do trabalho todos aqueles que comprovadamente não tenham coluna vertebral.
Que a economia entrou em derrapagem e que já está a fazer buracos no fundo, todos sabemos, incluindo o primeiro-ministro. Foi isso que Durão Barroso disse na campanha eleitoral e, por isso, ganhou as eleições. No entanto, há já sérios indícios que se mudou o Governo mas que quase tudo está na mesma.
E para a economia voltar a funcionar é urgente dar oportunidade ao primado da competência e não, como está fazer este Governo, ao da filiação partidária. São tantos os autómatos que este Governo guindou (ou permite que sejam guindados) a lugares de decisão, que não tardará muito que os portugueses digam: «volta Guterres, está perdoado».
orlando@orlandopressroom.com

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